Como uma praga transforma cortadores de cana-de-açúcar em “canguru” no sertão de Alagoas
Revista TRIP, 23-11- 2016
Por Marcos Candido, com colaboração de Lúcio Verçoza.
Na infância, Francisco* morava de favor em uma usina de cana-de-açúcar em Teotônio Vilela, município com cerca de 40 mil habitantes em Alagoas. Aos quatorze anos de idade, já trabalhava no canavial. Adulto, cortava 15 toneladas de cana ao dia enquanto era perseguido pelo cansaço, fustigado pela fuligem e marcado por cicatrizes.
Como muitos de seus semelhantes, Francisco enfrentou “canguru”. “É a mesma coisa de você estar morrendo. Você revira os olhos e não consegue falar”, ele conta. Com nomes diferentes em cada região, o “canguru” é uma série generalizada de cãibras que podem levar à morte súbita. Nos canaviais paulistas, é conhecido como birôla. Em Alagoas, onde as usinas “têm fome de terra”, o hospedeiro se torna o que os trabalhadores chamam de “homem-canguru”.
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