logo
logo

Mudanças na forma de reprodução dos camponeses e em suas relações com o Estado

reprodução dos camponeses

VI Simpósio Internacional de Geografia Agrária (SINGA)

Texto apresentado por Ana Carolina Gonçalves Leite

TEXTO COMPLETO: PDF

Resumo: Nesta comunicação discutiremos as transformações nas condições de reprodução dos camponeses do Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais) e do Médio São Francisco (Bahia) que foram engendradas, entre outras coisas, pela ampliação do acesso ao crédito; subsídios estatais, como os programas de compra direta; e à renda monetária, proveniente especialmente do recebimento das aposentadorias rurais e do Bolsa Família. Com isso, consideramos a possibilidade de interpretar o atual processo de reprodução camponesa, sobretudo em um contexto que parece ser de uma “recampesinação”, da perspectiva de sua inserção no processo de reprodução da mobilidade do trabalho. Essa problemática justifica a relevância dos problemas a serem desenvolvidos nesse trabalho, cuja formulação resulta das investigações até o momento realizadas no âmbito dos nossos estudos de doutoramento, com camponeses e migrantes, do Vale do Jequitinhonha e do Médio São Francisco, e com bóias-frias que trabalham cortando cana nas usinas do Centro-Sul brasileiro. Nossas preocupações se inserem num debate clássico entre duas perspectivas da Geografia Agrária, uma que afirma a superação do campesinato em função da proletarização geral da sociedade e outra que afirma a reposição das condições para a reprodução camponesa. A problemática que apontamos, contudo, ao buscar questionar os aspectos de ambas as perspectivas, coloca uma pergunta sobre o caráter da forma social pela qual a mobilidade do trabalho se impõe atualmente, tanto aos trabalhadores assalariados, quanto aos camponeses.

Palavras-chave: modernização; mobilidade do trabalho; forma mercadoria; campesinato; fetichismo.


Abstract: On this communication we discuss the transformations on peasant reproduction conditions from Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais) and from Middle São Francisco (Bahia) that were fomented by credit access extension; State subsidies; direct bought programs; and money income, from rural retirement and Bolsa Família. Therefore, we interpret current peasant reproduction process, especially in a moment that seems to be of “repeasantry”, from de perspective of insertion on labor mobilization reproduction process. This issue justifies what we discuss on this paper, which formulation is the result from our doctorate researches, with peasants and migrators from Vale do Jequitinhonha and Middle São Francisco and with bóias-frias that cut sugar cane in sugarcane industries in South Center from Brazil. Our concernments are inserted in a classical debate between two different Rural Geography perspectives, one that asserts peasantry overcoming because of society generalization of wage labor and other that asserts the replacement of peasantry reproduction conditions. However we intend to question both perspectives by asking about the social form that imposes labor mobility nowadays, over wage labor and also over peasants.

Keywords: modernization; labor mobilization; merchandise form; peasantry; fetishism.

Published by

TRAMA

TRAMA

O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

Comments are closed.