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(2005-2006). Modernização e mobilização do trabalho no Vale do Jequitinhonha – MG. 2005-2006

Pesquisa de iniciação científica de Ana Carolina Gonçalves Leite
Orientador: Heinz Dieter Heidemann
Agência Financiadora: CNPq

Resumo: Nessa pesquisa tivemos como objetivo interpretar o processo de regionalização, sob a intervenção do Estado, da área que corresponde atualmente à mesorregião mineira Jequitinhonha, que se desenrolou durante os anos 1960 e 1970, a partir da perspectiva da mobilização do trabalho. Iniciar esse estudo, considerando apenas o processo de modernização incidente sobre a área a partir do momento referido, pode nos levar a desconsiderar que a situação em que esta determinada área se encontrava antes do processo de intervenção estatal era fruto de um processo de modernização e mobilização do trabalho que, havia muito, vinha se desenrolando. Assim, definimos o objetivo de situar o processo de mobilização do trabalho e de formação territorial dessa área para além dos limites do nosso objeto, recuando ao período colonial, o que possibilita relacionar esse objeto ao processo que o formou. A tentativa de relacionar a modernização e a mobilização do trabalho busca a compreensão da dinâmica do capitalismo a partir de suas particularidades, principalmente no que diz respeito às formas de realização do valor. A modernização, que é a próprio processo de generalização do capitalismo e, portanto, processo de formação territorial, se realizou na área estudada, a partir de particularidades na forma de realizações do valor, que buscavam a integração com o mercado. Definia-se assim, a partir da demanda do próprio mercado a mobilidade do trabalho local, na mineração de ouro até meados do séc. XVIII, na ruralização posterior da população e na migração originada pelo processo de modernização e regionalização da área. A atualização na modernização retardatária, que culmina com o processo de regionalização da área estudada, se equipara ao desenvolvimento do capitalismo no núcleo do sistema somente a partir da simultaneidade negativa da crise, que consolida a migração temporária dessa região para o precário trabalho nos canaviais paulistas, que vem sendo progressivamente substituído pela mecanização do corte da cana, criando, paralelamente ao desemprego estrutural, uma mobilidade crítica que culmina nos trecheiros, situações de trabalho análogo ao escravo e na própria morte de trabalhadores nos canaviais.

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TRAMA

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O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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