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29ª Reunião Brasileira de Antropologia

Reunião Brasileira de Antropologia

29ª Reunião Brasileira de Antropologia.

3 a 4 de Agosto/2014. UNICAMP, Campinas.

Participação de Carmen Andriolli apresentando trabalho.

TEXTO COMPLETO: PDF

Expropriação e resistência de sertanejos nos Gerais do Grande Sertão Veredas

Autores/as: Carmen Silvia Andriolli

A partir do final da década de 1980, várias unidades de conservação foram criadas no bioma Cerrado. Dentre elas, está o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, maior unidade de conservação localizada nos estados de Minas Gerais e Bahia. A justificativa para a implantação desse parque apoiou-se em estudos realizados por uma ONG ambientalista na região dos grandes chapadões arenosos dos Gerais, que se distribuem pelo noroeste de Minas Gerais, sudoeste da Bahia até o sul do Piauí, onde nascem e correm diversos afluentes da margem esquerda do rio São Francisco. Na imensidão dessa região, as áreas do noroeste de Minas Gerais e do sudoeste da Bahia foram escolhidas com o objetivo de preservar essa área de Gerais – compreendido como uma subunidade do Cerrado – da acelerada e desordenada ocupação agrosilvopastoril estimulada pelo Estado, que considerava essas áreas como vazios populacionais. No entanto, para os sertanejos que vivem e viviam naquela região, ‘Gerais’ são largas extensões de terra que se constituem como áreas de uso comum. A categoria nativa ‘Gerais’ remete a um local onde o gado é criado ‘na solta’, sem cercas, formando-se como uma das áreas que compõe o sistema de uso do território dos sertanejos que ali vivem e que compartilham normas regidas por uma moral camponesa. Muito embora essa área fosse regida por uma lei própria desses camponeses, foi tomada pelo Estado, que além de cercar tais áreas, instituiu novas leis para o uso da terra apoiadas no direito positivo. Nesta comunicação, enfocarei as consequências da implantação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas para os sertanejos que ali viviam, bem como as formas de resistência encontradas por esse grupo social para continuar a exercer sua forma de usar o território.

Informações: http://www.29rba.abant.org.br/site/capa

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TRAMA

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O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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