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Formação regional e formação do território nacional

território nacional

Formação regional e formação do território nacional como momentos contraditórios do processo de territorialização do capital

15° Encuentro de Geógrafos de América Latina.

Artigo apresentado por Ana Carolina Gonçalves Leite. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo

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Resumo: O enunciado que toma a formação territorial como objeto de pesquisa sugere que a investigação sobre o território considere sua historicidade, buscando equacioná-la como um processo social. Nessa perspectiva, o território figura como escala de análise da relação entre sociedade e espaço, constituindo-se enquanto uma totalidade para a abordagem geográfica. O território inexistiria, desse ponto de vista, como realidade natural, justamente por consistir num processo de apropriação social resultante do trabalho humano enquanto ato teleológico de criação de valor. Entre os imperativos da formação territorial estaria ainda seu condicionamento por uma disputa política referente à inscrição de diretrizes hegemônicas no espaço que revelariam a vitória das concepções responsáveis por idealizá-lo. Um dos nossos objetivos nesse trabalho consiste na formulação de duas objeções ao referido enunciado. Uma delas ao tratamento fundamentalmente ontológico conferido ao problema e a outra, ao primado que a política assume enquanto dimensão aparentemente autônoma na conformação do território. Isso não significa desconsiderarmos o enunciado da formação territorial, mas, ao contrário, tomarmos do mesmo o potencial crítico mobilizado na concepção de que a construção de um objeto deve considerar necessariamente seu processo de formação, objetando, contudo, a perspectiva inespecífica da história mobilizada pelo mesmo. Nosso segundo objetivo, assim, consiste na formulação de uma abordagem historicamente específica da formação territorial como processo de territorialização do capital, entendido enquanto uma relação social. Nesse sentido, tomamos a formação territorial como condição de realização e expressão contraditória da reprodução social capitalista. Consideradas, por fim, as formas particulares que a territorialização do capital assume perante determinadas possibilidades de mobilização do trabalho e da terra com vistas à acumulação, chegamos ao nosso último objetivo, que consiste numa discussão tanto conceitual como histórica sobre a formação regional e a formação do território nacional enquanto momentos contraditórios do referido processo de territorialização. Na discussão conceitual tratamos da maneira como o conceito de território foi reinserido no temário das preocupações geográficas, como crítica à escola regional francesa, além de apresentarmos uma reflexão sobre a instrumentalização da aparente neutralidade do conceito de região pelo Estado, fundada especialmente nos estudos quantitativos produzidos pela Nova Geografia. Na discussão histórica investigamos a passagem das formações regionais à formação do território nacional no Brasil, criticando a interpretação que descreveu apologeticamente esse processo como integração nacional e buscando suas bases na transformação das formas de gestão da violência que possibilitou uma mudança na forma institucional de imposição da territorialização do capital.

Palavras-chave: formação territorial; territorialização do capital; região; território nacional e processo de modernização.

Informações: https://geohistorica.files.wordpress.com/2014/03/circular-egal-abril-2015.pdf

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TRAMA

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O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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