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Os impactos dos investimentos externos diretos (IEDs) sobre a (re)estruturação e estrangeirização do setor sucroenergético no Brasil

setor sucroenergético no Brasil

Os impactos dos investimentos externos diretos (IEDs) sobre a (re)estruturação e estrangeirização do setor sucroenergético no Brasil.

Tese apresentada por Altacir Bunde ao Programa de Pós-Graduação em Geografia, do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Calaça

Linha de pesquisa: Dinâmica Socioespacial

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Resumo: A presente pesquisa analisa os impactos provocados pelos investimentos externos diretos (IEDs) na (re)estruturação e estrangeirização do setor sucroenergético do Brasil. O país, nos últimos anos, vem sendo alvo de uma ofensiva do capital internacional, associado às e articulado pelas empresas transnacionais, fundos de pensões, banqueiros e latifundiários. Com a crise do capitalismo mundial (2008), grandes grupos e corporações avançaram sobre o campo brasileiro levando, através do investimento externo direto (IED) a (re)estruturação, do setor. Diante de todo este cenário, o objetivo de nossa pesquisa foi compreender o processo de formação do moderno setor sucroenergético no Brasil. Após o processo de mundialização do capital e com a desregulamentação da economia brasileira e, consequentemente, do setor sucroenergético no Brasil, os IEDs chegaram ao setor por meio dos processos de F&As, o que provocou uma reorganização espacial, onde as empresas, especialmente as multinacionais, estão formando redes, cadeias de cooperação e firmando alianças com parceiros nacionais e, com isso, resgatando o pensamento liberal. O objetivo é monopolizar, tanto o mercado como a produção para repor os níveis de expansão e acumulação do capital, apropriando-se da renda da terra. Os IEDs provocaram impactos nas relações de produção e de trabalho. A partir do começo do século XXI, nenhum outro setor passou por transformações tão rápidas como o setor sucroenergético brasileiro, elevando assim, o desenvolvimento das forças produtivas. Essas transformações nas forças produtivas provocaram mudanças nas relações de produção e de trabalho tendo como característica novas formas de expropriação, de exploração e de exclusão dos/as trabalhadores/as. Estas transformações ocorreram com a chegada dos IEDs que formaram os grupos econômicos estrangeiros. São nos grupos econômicos estrangeiros que estas mudanças vêm ocorrendo de forma mais rápida e é neles que se transformam, também, de forma rápida, as relações de trabalho, de exploração, expropriação e exclusão. Nessa fase atual de desenvolvimento das forças produtivas que envolve o setor sucroenergético brasileiro vimos que, por meio do uso de processos tecnológicos, os grupos econômicos monopolistas são capazes de fazer com que haja a fusão da exploração territorial da força de trabalho, como é o caso do Grupo Raízen. Por meio do uso da tecnologia a partir de uma combinação entre a mecânica, a eletrônica e sistema de informação é possível realizar a fusão territorial e, com isso, padronizar a taxa de exploração da força de trabalho humana, mesmo que geograficamente as usinas pertencentes ao grupo, estejam dispersas uma das outras. No que diz respeito à concentração, centralização e estrangeirização, estas ocorreram de forma mais acelerada na comercialização do açúcar devido a esta mercadoria ser uma commodity. O processo de centralização se deu por meio da criação das chamadas joint venture. Na comercialização e distribuição de etanol, observa-se um processo de concentração e centralização, mas sem domínio do capital externo. Na moagem da cana-de-açúcar, percebemos que a presença dos grupos estrangeiros é de cerca de 30%. Percebe-se, também que, com a chegada dos IEDs houve, sim, a estrangeirização fundiária do setor, embora não se possa precisar, devido à falta de dados. Diante de todos estes elementos, percebe-se que o capitalismo chegou a uma nova fase de imperialismo, baseado na mundialização do capital e financeira, na territorialização dos monopólios, na monopolização do território e na construção de alianças (pactos).

Palavra-Chave: Investimento Externo Direto. Setor Sucroenergético. (Re)estruturação. Estrangeirização. Imperialismo.

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TRAMA

TRAMA

O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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