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Trabalho escravo contemporâneo

Em 28 de janeiro de 2004, três auditores fiscais do trabalho e um motorista foram assassinados no Norte de Minas, evento conhecido como a Chacina de Unaí. A data foi escolhida alguns anos depois para marcar o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo. No mesmo dia, no ano de 2022, o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais divulgou o resgate de 271 trabalhadores em condições análogas à escravidão no corte de cana no município de João Pinheiro, Minas Gerais – maior resgate no estado dos últimos dez anos.

Veja a notícia:

270 resgatados de trabalho escravo em João Pinheiro/MG

Os dados sobre trabalho escravo no ano de 2021 foram divulgados pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP): 1937 trabalhadores foram resgatadas de situações de escravidão contemporânea; 89% deles estavam em atividades rurais (café, carvão vegetal, alho, preparação de terreno, cana de açúcar e bovinocultura de corte). Esse é o maior número de resgates desde 2013.

No estado de São Paulo, foram resgatados da escravidão contemporânea 124 trabalhadores; 54% destes estavam nas regiões de Ribeirão Preto e Franca. As regiões são conhecidas pela expressiva plantação de cana de açúcar, destinada a modernas usinas de açúcar e álcool, produtos comercializados no mercado internacional.

Veja a notícia:

Ribeirão e Franca concentram 54% dos trabalhadores resgatados em condição de escravidão em SP

Diferente do que se pode imaginar, o trabalho escravo contemporâneo não está escondido nos recônditos do país, em arcaicas formas de produção. Pelo contrário. Em uma ponta da produção está o trabalhador sem acesso à água potável, à habitação e alimentação adequada, sem direitos, sem dignidade, na outra ponta, altas tecnologias dedicadas ao melhoramento produtivo, venda de commodities em bolsa de valores e gigantescas quantias de dinheiro.

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TRAMA

TRAMA

O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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