Projeto individual de Maria Aparecida de Moraes Silva
Pesquisador participante: Jadir Damião Ribeiro
Financiamento: CNPq
Resumo: O avanço da cultura canavieira tem ocasionado efeitos sobre o meio ambiente e a situação social dos trabalhadores, migrantes temporários, empregados nas usinas de cana-de-açúcar e álcool na região de Ribeirão Preto/SP, consideradas as maiores do país. Nas últimas décadas tem-se verificado que o emprego de máquinas e de tecnologias avançadas caminha lado a lado com o aumento da exploração e do agravamento das condições de trabalho, caracterizadas por baixos salários, perda dos direitos, casos de escravização por meio de dívidas, sem contar o registro de 21 mortes (2004-2007), ocasionadas pelas altas exigências de produtividade. O primeiro objetivo é a análise das correntes visíveis e invisíveis que contribuem para a superexploração e a escravização existentes. A permanência da mão-de-obra migrante, falsamente denominada temporária, é o suporte do modelo lucrativo do agronegócio das usinas canavieiras do estado de São Paulo/ Brasil. O segundo objetivo é a análise dos efeitos sobre o meio ambiente em razão das queimadas de cana e a questão da água, tendo em vista que num dos trechos desta região se localiza o aqüífero Guarani, considerado o maior reservatório de água potável do mundo. O terceiro objetivo é a análise da mudança da estrutura agrária, caracterizada pelo arrendamento de terras, concentração fundiária e aumento da presença dos grandes fornecedores de cana e a internacionalização dos capitais aplicados na planta industrial das usinas e na compra de terras. A metodologia privilegia a análise de documentos, material secundário e a história oral por meio de coleta de depoimentos e histórias de vida de migrantes, além de dados quantitativos advindos da aplicação de questionários. O universo empírico da investigação é a macro-região de Ribeirão Preto que engloba 82 municípios paulistas.
