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(2016-2018) Mulheres volantes. Um estudo sobre o trabalho assalariado feminino no rural paulista.

trabalho assalariado feminino

Projeto de Pesquisa

Coordenadora: Maria Aparecida de Moraes Silva

Participantes: Claudirene Aparecida Bandini

Financiamento: Chamada CNPq/ MCTI Nº 25/2015

Resumo: O projeto visa ao estudo do trabalho assalariado feminino no rural paulista, levando-se em conta as novas configurações do trabalho no momento atual, caracterizado pelo vertiginoso processo de mecanização do corte da cana, monocultivo que ocupa seis milhões de hectares de terra no estado. Desde meados da década de 1990, observa-se que à medida que a tecnologia nos canaviais avançou, as mulheres foram destinadas às tarefas, consideradas as mais desvalorizadas, além de serem alijadas do corte manual. Ademais, observou-se que este processo também foi sendo acompanhado pelo incremento da mobilização do trabalho, mormente, o das mulheres. A constituição de turmas de mulheres – catadoras (de restos de cana, bitucas, e pedras), além das colhedoras de laranja, cebola, batata, das capinadoras de mato, das distribuidoras de herbicidas nos canaviais e eucaliptais – é o reverso da modernização tecnológica na agricultura paulista contemporânea. Assim, a presença das turmas volantes de mulheres resulta da articulação dos processos de acumulação do capital e da mobilização do trabalho não somente no monocultivo canavieiro como também nas outras culturas, configurando-se a circularidade permanentemente temporária da força de trabalho, independentemente das fronteiras das propriedades. O referencial teórico deste projeto será baseado nas teorias do materialismo histórico e dos pós-coloniais sob a ótica do conceito de colonialidade, com ênfase nos atributos de gênero e raciais (étnicos). A permanência das condições intoleráveis destes trabalhos exercidos pelas mulheres será apreendida no contexto das marcas coloniais, impressas nos seus corpos e almas, dado que a maioria das turmas é constituída por mulheres negras e mestiças. O estudo visa à compreensão do processo da mobilização étnica do trabalho das mulheres. A metodologia será, sobretudo, qualitativa, por meio de entrevistas com mulheres em bairros periféricos de duas cidades paulistas: Ibaté e São Carlos.

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TRAMA

TRAMA

O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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