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(2014 – …) Fio da navalha: o não-trabalho para ex-cortadores de cana adoecidos

adoecidos

Investigação de doutorado de Tainá Reis

Orientadora: Maria Aparecida de Moraes Silva

Financiamento: CNPq

Resumo: Muitos trabalhadores perdem seus empregos no processo de mecanização do corte de cana, mas há outra categoria de trabalhador que já foi excluída antes mesmo da predominância das máquinas. São aqueles adoecidos nos canaviais, migrantes desempregados e inviabilizados de trabalhar, devido ao adoecimento. Apesar dessa inviabilidade, esses ex-cortadores de cana não conseguiram acessar o direito à aposentadoria por invalidez pelo INSS. Frente ao quadro de reestruturação produtiva que aumenta ainda mais a exploração do trabalhador e na compreensão de que o processo saúde-doença é decorrente de uma situação social vivenciada pelos indivíduos, este projeto tem a hipótese de que o trabalho ocupa um papel fundante da identidade social desses trabalhadores  rurais, e que o não reconhecimento da inviabilidade  do  trabalho  (e  a  pecha  de  ‘vagabundos’)  gera  um  sofrimento  moral para os mesmos. A abertura de processos judiciais contra as usinas seria, então, uma forma de resistência frente a esse sofrimento moral. A partir dessas hipóteses, a presente proposta tem por objetivo compreender os impactos que o não-trabalho tem na subjetividade dos ex-cortadores (as) de cana na região de do Vale do Jequitinhonha/MG, e as formas de resistência desses agentes sociais.

Palavras-chave: Trabalho rural; saúde do trabalhador rural; resistência social e subjetividade.

Abstract: Many workers lost their jobs in the mechanized harvesting of sugarcane process, but there is another category of worker who has been ruled out even before the predominance of the machines. Those who are sick in the cane fields, unemployed migrants and unfeasible to work due to illness. Despite this impossibility, these former sugarcane workers were unable to access the right to disability retirement by the INSS. Front of the box production restructuring which further increases the exploitation of the worker and the understanding that the health- disease process is due to a social situation experienced by individuals, this project has the hypothesiz that the work occupies a foundational role of social identity of these rural workers, and that the non-recognition of the impossibility of the work (and the idea of ‘tramp’) generates a moral distress for them. The opening of judicial proceedings against the plants would then be a form of resistance against this moral suffering. From these assumptions, the present proposal aims to understand the impact the work has on non- subjectivity of ex-sugarcane cutters in the region of Vale do Jequitinhonha/MG, and the forms of resistance of these social agents.

Keywords: Rural labor; health of rural workers; social resistance and subjectivity.

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TRAMA

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O Grupo TRAMA (Terra, Trabalho, Memória e Migração) dedica-se à pesquisa acadêmica e extensão. Está no PPGS da UFSCar, e é coordenado por Maria Ap De Moraes Silva.

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