Después del “Redoble por Rancas”: tierra, minería y memoria de un pueblo.
Dissertação de Mestrado apresentada por Lourdes Eddy Flores Bordais ao Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos.
Orientadora: Maria Aparecida de Moraes Silva
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A integrante do grupo de pesquisa TRAMA Lourdes Bordais pesquisa temas relacionados á mineração e as comunidades camponesas. No seu trabalho de mestrado ela aborda a relação histórica entre uma comunidade de camponeses na região central do Peru com a mineração, no trabalho que ela desenvolveu faz uma critica ao capitalismo minerador que é responsável pela precarização da vida em todos os níveis, senário diante da qual as populações atingidas têm a buscar diversas formas de sobrevivência e convivência com o capitalismo, às vezes integrando-se ou resistindo a sua forma sociometabólica que promove a expropriação da terra e do ser.
Resumo: Esta dissertação de mestrado apresenta a relação histórica entre a Comunidade Camponesa de San Antônio de Rancas, localizada na região de Pasco, nos Andes Centrais do Peru, com as empresas de mineração que operaram e opera na região desde os primeiros anos do século XX até a atualidade. O título do trabalho faz referência a um romance publicado por Manuel Scorza em 1970, ele narra a organização camponesa para a recuperação das terras comunais cercadas e privatizadas pela mineradora, pois nosso recorte histórico abrange os eventos após o Massacre de Huayllacancha (1960) até hoje. Com base na análise da expropriação da terra e do ser, se procura explicar as características contraditórias que marcam esse relacionamento e abre novos horizontes na vida dos ranquenhos. Observa-se como os ranquenhos, depois de uma luta direta contra a mineração, teriam sacrificado parcialmente sua relação com a terra como um laboratório natural e como um fundamento cultural e teriam dado lugar ao fortalecimento de valores empreendedores e individualistas simpatizantes da mineração na região. Auxiliados por uma análise socio-histórica aprofundada, pretendemos explicar essas mudanças que oscilam entre integração e resistência à expansão da mineração. Sustentamos que a principal fonte de resistência é mediada pela memória histórica na Comunidade; enquanto que, contraditoriamente, o caráter de sua integração ao capitalismo minerador ameaça cada vez mais as formas não capitalistas que mantiveram por séculos a validade do comum. Finalmente, fazemos uma observação geral desde o complexo teórico de Bolívar Echeverría. O método utilizado é a história oral e a análise documental.
Palavras-chave: Rancas, Memória Ethos Barroco, Terra, Mineração.